Seminário aberto do ICC recebe Paulo Gadelha para falar sobre a Agenda 2030

por / quarta-feira, 25 agosto 2021 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Em mais um seminário aberto aos colaboradores e à comunidade científica, o Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) recebeu, no dia 24 de agosto, o ex-presidente da Fiocruz e atual coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha. Com o tema “O futuro que queremos: Urgência e desafios para a Agenda 2030”, o convidado apresentou um panorama detalhado sobre o pacto global, definido na sede das Nações Unidas em 2015 por 193 países-membros.

“Essa iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia do ICC é muito relevante, porque podemos debater a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável com profissionais de diferentes áreas e proporcionar uma visão ampla do nosso modelo econômico e dos aspectos da política social”, ressaltou Gadelha ao saudar os participantes. “A referência para a construção da Agenda 2030 foi a Rio 92 e, neste momento ela sustenta o debate com a sociedade civil e com os governos para ajustar metas e indicadores”, resumiu.

Gadelha trouxe um aspecto histórico das discussões que levaram à definição desse compromisso global, definido em 2015. Segundo o pesquisador, a Agenda 2030 é fruto de debates e conferências durante décadas. “É um salto de qualidade. Anteriormente, tínhamos os Objetivos do Milênio, que apresentavam oito objetivos de forma fragmentada. Já a Agenda 2030 traz os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que auxiliam, para definir políticas”, explicou o ex-presidente da Fiocruz. “Não são metas utópicas. A meta de erradicar a fome, por exemplo, uma parte do Produto Interno Bruto (PIB) mundial resolveria essa questão”, aponta.

O convidado falou sobre a importância da comunidade acadêmica nesse processo, apresentou números do Relatório Global de Desenvolvimento Sustentável e citou a área de Ciência e Tecnologia como uma alavanca na busca por cumprir as metas colocadas. Gadelha explicou que inicialmente o pacto incluía apenas os componentes econômicos e sociais. “Essa visão de integralidade foi adotada posteriormente, com a inclusão do componente social”, disse.

Com o papel crescente da saúde na geopolítica mundial, Gadelha ressaltou que é uma das áreas mais dinâmicas de desenvolvimento. “É um fator que articula com a política social de desenvolvimento, combinando crescimento, inovação, equidade e inclusão social. Além disso, a saúde integra os ODSs, principalmente no que diz respeito aos determinantes sociais”, disparou o ex-presidente da Fiocruz.

Segundo Gadelha, os impactos da pandemia da Covid-19 reforçam os desafios da agenda 2030, tanto globais, como locais. “Os efeitos da pandemia são claros na educação e na saúde, que são elos entre os direitos e o bem-estar da população. Tivemos, nesse período de crise sanitária, 14 anos de retrocesso na questão da pobreza na América Latina, por exemplo”, assinalou.

Sobre o papel da Fiocruz, Gadelha reforça que a Agenda 2030 foi adotada pela instituição como um dos eixos centrais para dar sentido e coesão à sua atuação, com foco nos valores definidos pelo pacto global e nos elementos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. “Definimos estratégias para criar articulação entre os diferentes programas da Fiocruz”, finaliza o convidado


TOP