Cientistas do ICC recebem homenagem pelos anos dedicados à Fiocruz

por / terça-feira, 20 junho 2017 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Com mais de três décadas de trabalho na instituição, trajetória dos pesquisadores Stênio Perdigão Fragoso, Samuel Goldenberg e Cláudia Nunes Duarte dos Santos serve de inspiração

Os dias 13 e 14 de junho ficarão, certamente, marcados na história do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná). Homenagens aos pesquisadores Stênio Perdigão Fragoso, Samuel Goldenberg e Cláudia Nunes Duarte dos Santos foram realizadas pela comunidade científica e demais colaboradores por suas trajetórias de mais três décadas dedicadas à Fiocruz.

Na terça-feira, dia 13, o auditório ficou lotado para homenagear o atual chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Tripanossomatídeos, Stênio Perdigão Fragoso. Sua trajetória foi apresentada pelo pesquisador Maurílio José Soares e colegas e amigos que fizeram parte de sua história na instituição enviaram depoimentos. Em sua fala de agradecimento, Stênio reforçou o orgulho em ser Fiocruz.  “Aqui encontrei amigos que até hoje permanecem. São altos e baixos, mas as coisas boas nos fazem continuar. A Fiocruz é isso, muito aprendizado e os alunos que a gente forma. Sou um apaixonado por essa anciã de 117 anos, que continua tão bonita quanto há 34 anos”. 

Já na quarta, dia 14, foi a vez de homenagear o casal de cientistas Samuel Goldenberg e Cláudia Nunes Duarte do Santos. A emoção tomou conta dos presentes, que puderam conhecer um pouco mais sobre a história profissional da virologista e do pesquisador que foi coordenador da implantação da Fiocruz no Paraná e diretor do ICC nas duas últimas gestões. Amigos e colegas enviaram depoimentos em vídeos e áudios e a dedicação à formação de recursos foi ressaltada pelos pesquisadores Lysângela Alves e Juliano Bordignon, que apresentaram as homenagens à Samuel e Cláudia, respectivamente.

“São 35 anos de Fiocruz, sou grata por ter a oportunidade de acompanhar a evolução dessa instituição e acompanhar de perto todas as pessoas que formei. Sempre busquei manter a qualidade do meu trabalho e hoje colocamos o ICC no mapa da pesquisa mundial, com uma virologia desenvolvida para as necessidades da população. Ressalto o papel de nós, mulheres, na ciência e digo que não construí nada sozinha, mas sim com um trabalho de todas as pessoas que fizeram parte dessa história”, ressaltou Cláudia, que é pesquisadora da Fiocruz desde 1982 e chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC. Sua atuação é reconhecida nacional e internacionalmente, já que o trabalho desenvolvido pelo grupo que lidera foi responsável por feitos como o isolamento, pela primeira vez no país, do arbovírus causador do vírus Chikungunya e pela presença do Zika vírus em amostras humanas brasileiras.

Coordenador da implantação da Fiocruz Paraná e diretor do ICC por dois mandatos, o pesquisador Samuel Goldenberg teve sua trajetória narrada pela pesquisadora Lysângela Alves, que destacou sua generosidade ao formar novos talentos e o reconhecimento que conquistou ao longo dos anos de trabalho, que lhe renderam o Prêmio Almirante Álvaro Alberto neste ano, a mais importante honraria em ciência e tecnologia do país, concedida pelo CNPq em parceria como a Fundação Conrado Wessel. Em sua fala, que serviu de inspiração para todos os presentes, Samuel lembrou das dificuldades no início da carreira ressaltou a importância de nunca deixar de acreditar em seus sonhos e objetivos. “Quando chegamos ao Paraná, nos perguntamos: Qual é o nosso sonho? Desenhamos a planta e trabalhamos para construir um lugar ideal, diferente do que recebi quando cheguei à Fiocruz, quando os recursos e a infraestrutura eram limitados. Todos vocês têm o privilégio de trabalhar nessa instituição e cada um de vocês é um multiplicador. Cuidem do ICC para que ele cresça ainda mais em qualidade. É assim que vamos fortalecer a ciência no Brasil”, disparou o pesquisador.

Os homenageados receberam um placa comemorativa aos 30 anos de trabalho na Fiocruz.

Foto: Itamar Crispim


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