Alunas do ICC são selecionadas pela Fiocruz para doutorado sanduíche no exterior

por / sexta-feira, 08 julho 2022 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Duas alunas do doutorado do Insituto Carlos Chagas (ICC-Fiocruz Paraná) foram as selecionadas pela chamada interna da Fiocruz para a edição de 2022 do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE), da Capes. Isabelle Zaboroski Silva, de 27 anos, e Aruana Fagundes Fiuza Hansel Fröse, de 28 anos, vão desenvolver as suas pesquisas durante 10 meses em Cleveland, nos Estados Unidos, e em Bielefeld, na Alemanha, respectivamente.

“Os pesquisadores alemães têm bastante experiência na criação de redes de regulação e regulação por microRNAs, o que vai fazer muita diferença no meu trabalho”, afirmou Aruana, que vai estudar no Departamento de Bioinformática da Universidade de Bielefeld. Ela é orientada pelo doutor Bruno Dallagiovanna e co-orientada pela a doutora Lucia Spangenberg. “Vai ser uma experiência única e uma aprendizagem muito rica que pretendo aplicar no meu país quando retornar”, disse Isabelle, bolsista da Case Western Reserve University (CWRU), no estado Ohio, e que é orientanda da doutora Patrícia Shigunov.

A chamada interna da Fiocruz, feita logo após a publicação do edital da Capes em fevereiro, foi dirigida a seis programas de pós-graduação da instituição habilitados pelo PDSE. As doutorandas selecionadas estão vinculadas ao Programa de Pós-graduação em Biociências e Biotecnologia (PPGBB), do ICC-Fiocruz Paraná. No total, foram ofertadas 1.400 bolsas sanduíches pela Capes em todo o país.

Aruana Fagundes Fiuza Hansel Fröse é licenciada em Ciências Biológicas pela UFSC e mestre em Bioinformática pela UFPR, cursando atualmente o doutorado em Biociências e Biotecnologia, na área de bioinformática e transcriptômica, no ICC. Já Isabelle Zaboroski Silva, que atua na área de doenças raras, é biotecnologista formada pela PUCPR e mestre em Biociências e Biotecnologia pelo ICC.

CÉLULAS CARDÍACAS – Aruana está aprofundando sua pesquisa na diferenciação das células-tronco para células do coração. Como as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e ainda não há tratamentos com células-tronco, ela investiga como ocorre o processo de diferenciação das células-tronco para células cardíacas, observando como o produto da expressão desses genes, as moléculas de RNA, estão influenciando uns aos outros.

“Sabemos que dentro de uma célula tudo está acontecendo ao mesmo tempo, e nosso objetivo é unir várias informações em uma grande rede de interação para esclarecer essa influência que os RNAs têm na expressão uns dos outros”, explicou. Todo o trabalho está sendo feito utilizando o poder da computação para identificar com precisão os RNAs que estão nessas células-tronco enquanto elas se transformam em células cardíacas.

MUTAÇÃO GENÉTICA – Isabelle busca em sua pesquisa um tratamento para pacientes de uma doença causada pela mutação no gene CYFIP2. “Nosso objetivo é submeter o modelo de célula-tronco de pluripotência induzida de uma paciente com essa mutação a ensaios de neurogênese e subsequente eletrofisiologia, para investigar se a presença da mutação, que provoca uma doença tão severa, causa alterações na função desses neurônios”, explicou.

“A partir daí, também pretendemos tratar essas células com a mutação com diferentes drogas pré-selecionadas, e avaliar se conseguimos restaurar as alterações eletrofiosiológicas”, disse. Além de abrir a possibilidade de um tratamento para pacientes que possuam essa mutação, a pesquisa poderá estabelecer em solo brasileiro um modelo relevante para o estudo de doenças neurais e de triagem de drogas.

 


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