Trabalho pioneiro da Fiocruz Paraná na área de doenças raras é contemplado no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2024

Um trabalho do Programa de Pós-graduação em Biociências e Bioteconologia (PPGBB) do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) foi um dos quatro contemplados no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2024. Desenvolvido pela egressa Isabelle Leticia Zaboroski Silva e orientada pela pesquisadora Patricia Shigunov, o projeto é pioneiro na área de doenças neurológicas no grupo de doenças raras na Fiocruz. Como o título “Estudo de mutação no gene CYFIP2 causadora da encefalopatia epiléptica: Desenvolvimento de modelo com células-tronco pluripotentes induzidas (iPSC) e triagem de fármacos”, foi premiado na categoria Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina.
“Esse projeto foi o primeiro no mundo a estabelecer linhagens de células tronco pluripotentes humanas com uma mutação no gene CYFIP2, associada com uma doença neurológica rara chamada encefalopatia epiléptica. Com esses modelos, pudemos estudar como essa mutação afeta o desenvolvimento neuronal, ao induzir essas células a virarem neurônios e organoides cerebrais (“mini-cérebros”) e fazer uma triagem de fármacos com o objetivo de recuperar os impactos nas células causados pela mutação”, explica Isabelle. “Estamos abrindo caminho para os projetos que estão seguindo na área. Pude participar de um Doutorado Sanduíche pela CAPES e ir aprender nos Estados Unidos novas metodologias e estabelecer parcerias para que essa linha de pesquisa do grupo cresça e crie raízes cada vez mais profundas. Tenho muito orgulho de tudo que construímos até aqui e fico feliz por ser parte dessa história. Só tenho a agradecer a Patricia por ter confiado em mim essa missão”, finaliza a egressa do PPGBB.
O trabalho foi iniciado por conta de uma demanda levada aos pesquisadores da Fiocruz Paraná por uma família com a filha recém diagnosticada com a doença e que buscava respostas para ela e para outros pacientes. No início da pesquisa haviam menos de cinco estudos sobre o gene e a sua associação com a doença. “É com grande orgulho que celebramos a conquista da Isabelle. Este reconhecimento é um reflexo direto de seu esforço e comprometimento com a pesquisa científica de excelência. Tal conquista também ressalta a importância de uma atmosfera de troca de saberes e colaboração, proporcionada pela diversidade de conhecimento dos pesquisadores e pelo apoio fundamental de nossa pós-graduação e instituição”, comemora a orientadora Patricia Shigunov.
A coordenadora do PPGBB, Tatiana Brasil, também ressalta a importância da conquista para a área de Ensino da instituição.” O trabalho de Isabelle é riquíssimo, com a aplicação de diversas metodologias que demonstram seu compromisso com a excelência. Este prêmio é um reconhecimento merecido de sua dedicação e paixão pela ciência. O PPGBB parabeniza Isabelle e Patrícia, expressando grande orgulho por suas conquistas. Esperamos que essa conquista sirva de inspiração para toda a nossa comunidade científica”, resume Tatiana.
Ao todo, 11 unidades da Fundação foram contempladas no Prêmio, que destaca teses, defendidas entre os meses de maio de 2023 e abril de 2024, de elevado valor para o avanço do campo da saúde em diversas áreas temáticas de atuação da Fiocruz.