Inova CEIS: Quatro projetos da Fiocruz Paraná são contemplados

por / quarta-feira, 03 Abril 2024 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Quatro projetos desenvolvidos por pesquisadores da Fiocruz Paraná foram aprovados na chamada Inova CEIS. A iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Programa Inova, promove o desenvolvimento e a entrega de produtos inovadores com potencial de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS), visando fortalecer o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS). Um total de 49 projetos de toda a Fiocruz foram submetidos e 17 deles aprovados para receber financiamento.

“Entre os projetos aprovados, quatro representam a Fiocruz Paraná, demonstrando a vocação da instituição não apenas para a pesquisa científica básica, mas também para a inovação e desenvolvimento de produtos destinados ao SUS”, afirma Márcio Rodrigues, pesquisador da Fiocruz Paraná e um dos coordenadores gerais do programa Inova, ao lado de Claude Pirmez e Marcia de Oliveira Teixeira. O prazo para a execução é de 36 meses e haverá acompanhamento anual pelo Programa Inova e pelo Ministério da Saúde, com os coordenadores reportando seus avanços e perspectivas de entregas.

O diretor da unidade, Stenio Fragoso, também reforça a importante presença entre os projetos contemplados. “Um edital como esse beneficia a aplicação dos resultados das pesquisas que desenvolvemos nos nossos nove laboratórios. Além do mais, é um grande reconhecimento do nosso potencial inovador que vai contribuir para várias áreas, em especial no diagnóstico de doenças”, comemorou Stenio.

Os quatro projetos selecionados estão alinhados com as diretrizes do edital. O projeto liderado por Claudia Nunes Duarte dos Santos desenvolverá um portfólio de anticorpos monoclonais para diagnóstico de infecções virais em humanos e animais. Segundo a pesquisadora, a abordagem arrojada do edital possibilita a criação de pontes entre a academia e o serviço de saúde, traduzindo a pesquisa em produtos em curto prazo e beneficiando diretamente os pacientes do SUS.

“Esta iniciativa vai diminuir a burocracia vigente para que os produtos/reagentes/processos desenvolvidos beneficiem pacientes e garantam independência tecnológica, colocando o Brasil em um patamar competitivo em termos de biotecnologia e, sobretudo, contribuindo para diminuir a vulnerabilidade de parcela significativa da população brasileira que utiliza os serviços do SUS”, afirma Claudia.

Daisy Strottmann está à frente de um projeto para produção e refinamento de um dispositivo point-of-care para diagnóstico rápido de infecções por hantavírus. “A síndrome pulmonar por hantavírus (SPH) é uma imunopatologia de rápida progressão, que leva cerca de 40% dos pacientes ao óbito se não forem corretamente manejados em ambiente hospitalar adequado.  Portanto, o desenvolvimento de um teste diagnóstico simples, rápido e específico que não necessite de nenhum equipamento ou eletricidade é fundamental para contribuir para um melhor prognóstico dos pacientes. O teste tipo POC que desenvolvemos, tem potencial para atender às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS), agregando assim eficiência e rapidez ao diagnóstico da hantavirose no país”, afirma Daisy.

Outro destaque é o projeto liderado pelo pesquisador Alexandre Costa, que visa validar procedimentos simplificados para extração de DNA, facilitando o acesso a testes diagnósticos moleculares em áreas remotas ou de difícil acesso. A simplificação desses procedimentos pode representar um avanço significativo no diagnóstico de doenças como malária, tuberculose e hanseníase.

“A aprovação neste edital representa a validação do trabalho anterior em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável e às políticas públicas de aumento do acesso da população à saúde. Representa ainda um apoio fundamental para que os passos finais de validação e desenvolvimento do produto sejam de fato incorporados à rotina do SUS e dos programas específicos de enfrentamento e eliminação da malária, tuberculose e hanseníase”, diz Costa.

Já Leonardo Foti lidera um projeto para validação analítica de um biomarcador de câncer de mama usando um biossensor. “Ter o projeto selecionado para participar dessa iniciativa nos coloca no centro da estratégia nacional de preparação para emergências de saúde que possam surgir no futuro. O Edital Inova CEIS/Fiocruz fomenta iniciativas que estejam na vanguarda da tecnologia, transformando conhecimento científico em soluções inovadoras e práticas, alinhado também à missão da Fiocruz”, ressalta Foti. “Ser contemplado neste edital permitirá evoluir nossa tecnologia – biossensor para diagnóstico precoce de tumores de mama – da prova de conceito (TRL4) até alcançar o Nível de Prontidão Tecnológica 5 (TRL5). Tal avanço é permitirá o registro desta na ANVISA, e seu fornecimento a sociedade, permitindo fortalecer do setor de saúde e biotecnologia do país, garantindo uma resposta ágil e eficiente a emergências de saúde pública, em especial ao câncer de mama, que é responsável por 30% das mortes por câncer em mulheres no país.”

O Inova CEIS representa um importante impulso para a inovação na saúde pública brasileira, incentivando a colaboração entre instituições de pesquisa, o setor público e a indústria para o desenvolvimento de soluções práticas e eficazes para os desafios enfrentados pelo SUS. A aprovação desses projetos não apenas fortalece o Complexo Econômico e Industrial da Saúde, mas também contribui para o avanço da ciência e tecnologia no país, promovendo o bem-estar e a saúde da população.

Fotos: Itamar Crispim e Ricardo Medeiros

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