Fiocruz Paraná integra “Abril Indígena” da Fiocruz

Contemplado pelo edital “Abril Indígena” da Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, o projeto “Panambis, Mandaçais e Joaninhas – sob as asas delas, o mundo em flor” da Fiocruz Paraná foi realizado, no dia 30 de abril, na aldeia indígena Kakané Porã, localizada em Curitiba. O objetivo foi o de resgatar a tradicional interação dessa população com as abelhas nativas, ressaltando a importância dos polinizadores na preservação da biodiversidade e regulação dos ecossistemas.
Entre as ações realizadas estiveram uma exposição interativa de abelhas nativas brasileiras, degustação de mel e atividades lúdicas que incluíram jogos, brincadeiras e desafios com temáticas alinhadas, sobre polinização, biomas e vacinas/vacinação, discutindo prevenção de doenças e qualidade de vida e desmistificando temores, já seja sobre os insetos ou sobre as vacinas.
“Sabíamos em teoria, mas pudemos constatar a ação quase mágica que estes seres – as abelhas – exercem sobre as pessoas, produzindo um encantamento em crianças e adultos que facilita muito a reflexão que levamos sobre saúde, vida, ciência e meio ambiente”, ressalta a coordenadora do projeto, que também coordena o setor de Extensão e Divulgação Científica da Fiocruz Paraná, Maria das Graças Rojas Soto. “O interesse do público em reavivar seu contato com o conhecimento tradicional sobre abelhas foi quase que instantâneo, assim como ampla foi a receptividade às contribuições que a Fiocruz Paraná pode dar nessa relação entre meio ambiente e saúde”, avaliou Maria das Graças.
Coordenadora da Agência de Novos Negócios e Inovação da Fiocruz Paraná e meliponicultora amadora, a servidora Fabricia Pimenta intermediou a atividade com as abelhas e a degustação dos méis, explicando o manejo das diferentes espécies e a razão da existência de méis de sabores tão diferentes. “O Brasil é um país megadiverso em termos de abelhas nativas. A importância delas tem sido negligenciada em face da sempre premente modernização da sociedade. E, por isso, muitas dessas abelhas tem sido extintas ou estão em risco de extinção. Assim, ações de educação ambiental e divulgação científica são de grande importância para desmistificar o contato com esses insetos e mostrar, principalmente para as novas gerações, o valor de cada elo da biodiversidade”, resumiu Fabrícia.
O público se mostrou muito interessado em conhecer melhor a organização das abelhas, seus habitats e ação na natureza, com muitos adultos relatando lembranças de sua infância e de experiências com seus pais no contato com as abelhas, muitos deles perguntando onde poderiam conseguir “uma mudinha” dessas abelhas. “Já as crianças, venceram seus temores com as explicações e não mais queriam se afastar das caixas didáticas, explicando a outras crianças sobre o que aprenderam e destacando a diferença de tamanho das abelhas, buscando a abelha-rainha, identificando as células de criação e o local de produção do mel”, contou Maria das Graças.
A degustação dos méis foi muito apreciada por crianças e adultos, que se mostraram muito surpresos pelos sabores variados, buscando conhecer a razão disso. Nas atividades lúdicas, muitos se surpreenderam com a variedade de polinizadores na natureza, inclusive animais que não os reconheciam como tal. O cacique da aldeia Kakané Porã solicitou a colaboração da equipe da Fiocruz Paraná para a formação do bosque que está revitalizando na comunidade, buscando informações mais detalhadas sobre o manejo das abelhas, propondo-se a disseminar esse conhecimento entre os membros da aldeia, revelando o desejo de interação com a instituição de pesquisa e seus membros.
Também fizeram parte da equipe do projeto os colaboradores Bianca Ribeiro, Greika Favile e Leon Perez.