Fiocruz Paraná fomenta internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia
Alinhado ao movimento de internacionalização que a Fiocruz vem intensificando em suas várias áreas de atuação, o Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) tem empreendido esforços nas cooperações com instituições estrangeiras, buscando projeção no cenário internacional. Com vários eventos científicos internacionais que vêm se tornando periódicos, outras iniciativas que integram as áreas de Pesquisa, Ensino e Gestão do ICC vêm sendo articuladas pela Direção do instituto para fortalecer essa pauta em celebração aos 25 anos da Fiocruz Paraná.
Entre as medidas que estão sendo implementadas, figuram propostas e ações de fortalecimento de seu Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia (PPGBB) no cenário global.
Em uma entrevista ao portal da Fiocruz Paraná, Tatiana Brasil, pesquisadora e coordenadora do PPGBB/ICC, falou sobre as iniciativas que o programa vem realizando. Na conversa, Tatiana lembrou que o programa vem mostrando um aumento no número de estudantes que participam de doutorados sanduíches em instituições estrangeiras. Esse intercâmbio acadêmico não apenas enriquece a experiência dos estudantes, mas também fortalece os laços colaborativos entre a Fiocruz Paraná e outras instituições ao redor do mundo.
Além disso, Tatiana Brasil mencionou os eventos acadêmicos e científicos de destaque que já estão com datas definidas em 2024. Nesta agenda prévia, teremos, em maio, o II Encontro Internacional de Gestão da Pesquisa – em parceria PPGBB e Assessoria de Novos Negócios e Inovação (Anni) -, em setembro, o IV Simpósio Araucária- em parceria PPGBB e Universidade Federal do Paraná (UFPR) -, em outubro, o II Curso Internacional de Curta Duração – em parceria Pesquisa e Ensino do ICC-, e, em dezembro, a Jornada Acadêmica Anual do PPGBB. Neste ano, o Simpósio Araucária contará com um evento satélite, a parceria com o IV Host-Pathogen Interaction Meeting (HPIM), evento consolidado sobre a interação patógeno-hospedeiro realizado em colaboração com múltiplas instituições. Tais iniciativas não só promovem o intercâmbio de conhecimento e experiências, mas também posicionam o PPGBB como um centro de excelência em pesquisa e ensino na área de biociências e biotecnologia.
A pesquisadora reforça a importância estratégica destes encontros internacionais no cumprimento da missão da Fiocruz Paraná de disseminar o conhecimento científico e inovar no campo das biociências.
Como é o processo de internacionalização do PPGBB?
O processo de internacionalização do PPGBB reflete a natureza intrinsecamente internacional da ciência, que vem sendo demonstrada pela Presidência da Fiocruz com o apoio a essa pauta. Os níveis de investimento em pesquisa variam significativamente entre os países, alguns investindo mais que o Brasil, enquanto outros menos. Essa diversidade cria oportunidades de interação que beneficiam a todos. O Brasil pode aprender com nações com maior investimento em pesquisa, ao mesmo tempo em que pode contribuir e servir de exemplo para outros. A Fiocruz tem estabelecido parcerias institucionais com países do Norte, como França, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha, e, ao mesmo tempo, na cooperação estruturante com África e outros países do hemisfério Sul, fortalecendo assim a produção científica nacional e internacional.
Como aumentar a visibilidade do programa fora do Brasil?
Existem diversas estratégias para aumentar a visibilidade do programa no exterior. Cerca de 15 docentes do PPGBB já trabalham com parcerias no exterior e o PPGBB quer fortalecer essas parcerias já estabelecidas. Atrair alunos de países vizinhos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Colômbia é uma meta. Além disso, estamos em contato com a USP para nos auxiliar em estratégias direcionadas e contatos com grupos especializados para alcançar um público global. O contato pessoal e a participação em eventos internacionais também são importantes para atrair estudantes e pesquisadores de outros países.
Qual foi a maior conquista do programa até o momento?
Uma das grandes conquistas do programa em termos de internacionalização foi o aumento significativo no número de estudantes beneficiados com doutorados sanduíche no exterior. Nos últimos dois anos, 12 estudantes foram contemplados com bolsas para essa modalidade. Essa conquista foi impulsionada, em parte, pela redução das exigências de exames de língua estrangeira, o que ampliou o acesso dos estudantes a programas internacionais. Neste sentido, a Direção atual do instituto está bastante sensibilizada apoiando esse movimento de mobilização acadêmica.
Outros avanços importantes incluem a oferta de disciplinas internacionais (7), a presença de docentes em missão institucional no exterior (5), a vinda de pesquisadores estrangeiros para o Brasil e a implementação de novas práticas, como a participação de membros estrangeiros nas avaliações de defesas. O último processo seletivo para ingresso no PPGBB contou com a participação de 2 membros estrangeiros, um do Instituto Pasteur, de Montevideu, e outro da Scripps Research, da Califórnia.
Para consolidar a internacionalização, é fundamental continuar a atrair e envolver membros internacionais para as bancas de defesa, o que certamente contribuirá para o progresso e a excelência das pesquisas realizadas no programa.
Quais são os planos do programa para os próximos anos?
Nos próximos anos, o programa tem uma série de planos e iniciativas que visam fortalecer sua estrutura e impacto. Acreditamos que aqueles que usufruem do programa têm muito a contribuir com ele. Com esse pensamento, o PPGBB deu protagonismo aos discentes na organização da última Jornada Científica do PPGBB e desse movimento nasceram algumas propostas como o “Compartilhando Ciência”e o “Sci Fluency Group”.
Já neste mês, teremos a primeira edição do “Compartilhando Ciência”, um evento mensal em que três alunos apresentarão suas recentes publicações, uma ideia que surgiu desse processo de brainstorming. E o Sci Fluency Group, um grupo de estudo para aperfeiçoar a fluência em inglês dos pós-graduandos por meio da apresentação e discussão de artigos científicos, também já está com data marcada para início.
Além dessas iniciativas, estabelecemos algumas melhorias de fluxo, como a implementação de um sistema de chamados para demandas da secretaria do programa, agilizando a gestão das solicitações.
Outras modificações que introduzimos no ano passado foi a acolhida dos discentes com um evento duplo de relevância científica e acadêmica; com isso, em abril, teremos nossas Aula Magna (08/04) e Aula Inaugural (24/04), momentos de grande discussão com personalidades da área.
Respondendo a outra demanda dos discentes que sentiam necessidade de conhecer mais sobre o ICC e o PPGBB desde seu ingresso, idealizamos também uma Aula de Ambientação, que vem acontecendo desde o ano passado. Neste ano, esse momento será no dia 17/04, e desta vez participará conosco no acolhimento e orientação aos novos ingressantes o Centro de Apoio Discente (CAD/Fiocruz).
Fora as inovações que implementamos, existe o que vem se consolidando e se incrementando a cada ano, como o Simpósio Araucária e a Jornada Acadêmica, cuja continuidade está prevista como iniciativas que se mostraram efetivas.
Como funciona o processo de admissão de novos alunos no programa?
O processo de admissão de novos alunos envolve a busca por um orientador e a elaboração de um projeto de pesquisa. Os interessados podem conhecer as linhas de pesquisa disponíveis no site do programa e entrar em contato com os orientadores. É importante que o aluno já tenha um projeto em mente e o aceite de um orientador antes de ingressar no programa. Além disso, existe a possibilidade de convênios com universidades parceiras para estágios obrigatórios durante a graduação e a iniciação cientifica, facilitando a transição para o mestrado ou doutorado.