Fiocruz Paraná abriga unidade internacional do Instituto Pasteur
O Instituto Carlos Chagas – Fiocruz Paraná passou a abrigar uma unidade internacional do Instituto Pasteur, em abril deste ano. A colaboração se deu por meio de processo competitivo aberto pelo instituto francês em 2021. Pelos próximos cinco anos, serão investigados os mecanismos por meio dos quais os fungos causam danos ao hospedeiro humano. A Universidade de Birmingham, na Inglaterra, também faz parte da parceria.
A pesquisa que motiva a colaboração internacional visa produzir resultados científicos que tragam benefícios às pessoas acometidas por doenças fúngicas, que provocam cerca de 1,5 milhão de mortes todos os anos no mundo.
O diretor do ICC, Stenio Fragoso, avalia com entusiasmo a parceria. “Essa colaboração é um grande ganho para o fortalecimento da pesquisa no ICC e seus efeitos se estendem às possibilidades que irão surgir para o desenvolvimento de novos tratamentos para essas doenças”, afirma Fragoso.
O pesquisador do ICC/Fiocruz Paraná, Marcio Rodrigues, coordenador brasileiro da unidade internacional no ICC, destaca a importância desta conquista. “As unidades internacionais de pesquisa do Instituto Pasteur são estruturas temporárias que servem para reunir competências de grupos de diferentes lugares do mundo para promover o avanço de determinada área. É, portanto, uma honra nos juntarmos a eles na criação desta unidade internacional”, diz Rodrigues.
A proposta para a criação da unidade se baseou em uma descoberta brasileira do grupo de pesquisa do Laboratório de Regulação e Expressão Gênica, do ICC (Labreg/ICC), ocorrida 15 anos atrás. A equipe do Labreg descreveu, pela primeira, vez a existência de vesículas extracelulares em fungos, usadas pelos patógenos como veículos para causar danos aos hospedeiros. Hoje, explica Rodrigues, estudos desenvolvidos por parceiros franceses e ingleses, em colaboração com grupos brasileiros, indicam que essas vesículas são vistas como candidatas vacinais, bem como mediadoras de resistência a fármacos antifúngicos. “São estruturas muito importantes para o processo infeccioso. Nosso modelo principal de estudo é o fungo Cryptococcus, que causa infecções cerebrais muito letais. Mas essas vesículas parecem ser produzidas por todos os fungos estudados até agora. Trata-se de uma característica geral e essencial para a biologia de fungos”, explica o pesquisador.
Durante os cinco anos de vigência da unidade internacional Fiocruz Paraná – Pasteur – Birmingham, será formada uma equipe conjunta, que terá acesso a toda a infraestrutura existente nas instituições envolvidas, desde o uso de equipamentos até o intercâmbio de pesquisadores e colaboradores. A unidade reúne as equipes comandadas por Marcio Rodrigues (ICC/ Fiocruz Paraná), Guilhem Janbon (Instituto Pasteur) e Robin May (Universidade de Birmingham).
Com informações da Agência Fiocruz de Notícias.
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