ICC participa de treinamento sobre leishmaniose no sertão do Ceará

por / terça-feira, 31 Maio 2022 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Uma equipe multidisciplinar com profissionais de diversas unidades da Fiocruz do país se reuniu durante uma semana em Pacoti, na região do Maciço do Baturité, no sertão central do Ceará, para a capacitação de mais de 30 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e agentes de endemia animal para o combate da leishmaniose no município. A capacitação fez parte de um projeto da Prefeitura de Pacoti, fruto de uma parceria entre a Fiocruz, Uece e Secretaria Municipal de Saúde.

“Foi um trabalho muito produtivo e qualificado para um projeto de treinamento de coleta e avaliação de amostras em reservatórios urbanos que, no caso, são os cães, para leishmaniose visceral”, explicou o coordenador do Laboratório de Referência em Leishmaniose do ICC, Fabiano Borges, que integrou a equipe multidisciplinar. Também estiveram em Pacoti veterinários da Fiocruz Ceará; entomologistas de Manaus; especialista em reservatório do Rio de Janeiro; e especialista em vetores de riquetsioses de Rondônia.

Referência nacional nas pesquisas em leishmaniose, uma das doenças negligenciadas mais comuns e que é endêmica no sertão cearense, o Laboratório de Biologia Celular da Fiocruz Paraná tem contribuído com projetos de pesquisa em vários estados brasileiros. Durante uma semana, de 23 a 27 de maio, os profissionais da Fiocruz participaram de palestras e treinamentos no trabalho de campo, realizado para averiguar a prevalência de leishmaniose visceral e cutânea nos cães domiciliados em Pacoti.

O grupo realizou visitas às residências com cães domiciliados, onde foram feitas coletas de sangue dos animais para análise em laboratório. Os casos positivos para a leishmaniose nos testes rápidos foram revisitados e os pesquisadores coletaram tecido dos cães para exames adicionais. Ao todo, 110 cães foram examinados, resultando em oito casos positivos para leishmaniose visceral e nove para leishmaniose tegumentar.

Os dados servirão de subsídio para as tomadas de decisão que visem controlar os vetores, reduzir os reservatórios domésticos e casos de leishmaniose em humanos e animais no Maciço do Baturité. Uma das alternativas é o município solicitar ao Ministério da Saúde a sua inclusão na Zona de Encoleiramento de Cães para que os animais da cidade recebam a coleira com permetrina.

As leishmanioses se dividem em dois tipos: tegumentar, que ataca a pele e as mucosas; e visceral, que ataca órgãos internos, como fígado e baço. A doença é causada por protozoários parasitas que ficam hospedados em roedores e cães e são transmitidos ao homem pelas fêmeas de flebotomíneos.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Ceará)

 


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