Fiocruz Paraná marca presença na XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia

A Fiocruz Paraná participou ativamente da XXXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz), que aconteceu entre os dias 4 e 7 de novembro de 2024, em Caxambu, Minas Gerais. O evento, que reuniu especialistas brasileiros e estrangeiros, teve como tema central as parasitoses e outros tópicos atuais em protozoologia, além de comemorar os 50 anos da Reunião Anual de Pesquisa Básica em Doença de Chagas. Para a Fiocruz, o evento foi uma oportunidade de reafirmar seu compromisso com a pesquisa e o fortalecimento da ciência brasileira, em especial no ano em que a instituição celebra seu 25.º aniversário no Paraná.
Com uma delegação de 26 integrantes, entre pesquisadores e estudantes, a Fiocruz Paraná marcou presença com apresentações de trabalhos, participações em mesas-redondas e intensa troca de conhecimentos, destacando sua posição de liderança na pesquisa de doenças negligenciadas. Fabiola Holetz, pesquisadora da Fiocruz Paraná, ressaltou a importância do evento como incentivo para jovens cientistas. “Participar deste evento proporcionou aos nossos estudantes um ambiente de aprendizado e troca de experiências que será fundamental para a formação de uma nova geração de pesquisadores comprometidos com o progresso científico”, comentou. Fabiola destacou ainda o apoio da diretoria do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) e da coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia (PPGBB), que foram essenciais para viabilizar a participação.
Durante o evento, a estudante de iniciação científica Rafaela Balduino, da Fiocruz Paraná, foi premiada na apresentação de posteres com o trabalho “The celullular localization of deacetylase 5 in Toxoplasma gondii”, Rafaela é orientanda pela pesquisadora Sheila Nardelli.
50 anos de história
Samuel Goldenberg, ex-diretor da Fiocruz Paraná e presidente da SBPz no biênio 2006-2007, relembrou a história das reuniões sobre Doença de Chagas: “Neste ano de 2024, celebramos os 50 anos das reuniões de pesquisa básica em Doença de Chagas, tradicionalmente realizadas em Caxambu. A partir dessas reuniões, foi fundada, há 39 anos, a Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz). Esses encontros têm impactado profundamente a ciência brasileira, formando recursos humanos de excelência, promovendo cooperações internacionais e posicionando o Brasil como líder mundial nas pesquisas sobre Doença de Chagas, leishmanioses e Trypanosoma cruzi.”
Goldenberg, que atualmente faz parte do conselho da SBPz, apresentou durante a reunião anual a palestra “Trypanosoma cruzi: a story of 50 years at caxambu and the impact to brazilian science”.
Andréa Rodrigues Ávila, pesquisadora da Fiocruz Paraná, ressaltou o impacto desse encontro ao longo das décadas. “Além de marcar o início da SBPz, essa reunião consolidou a liderança do Brasil em pesquisas sobre Doença de Chagas e outros parasitas causadores de doenças endêmicas, fomentando colaborações científicas e aumentando o número de publicações de qualidade. A SBPz também desempenha um papel essencial no apoio à participação de estudantes, o que é crucial para a formação de novos pesquisadores. Eu mesma me beneficiei muito dessas oportunidades e vejo o entusiasmo dos meus alunos ao participarem desse ambiente de troca científica. Isso é fundamental para motivar carreiras e fortalecer a pesquisa em parasitologia no país.”
Letusa Albrecht, também pesquisadora da Fiocruz, apresentou resultados de uma pesquisa desenvolvida em parceria com Raffael Massuda, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sobre a relação entre toxoplasmose e esquizofrenia: “Decoding the Toxoplasmosis-Schizophrenia Link: Insights from a Large-Scale Study on Infection, Symptom Severity, and Psychosis Onset”.
“Observamos que pacientes com esquizofrenia apresentam maior probabilidade de ter toxoplasmose, um achado relevante que traz novas perspectivas para o entendimento da interação entre doenças infecciosas e transtornos mentais”, explicou Letusa. A pesquisadora acrescentou que o congresso abordou uma ampla gama de temas, indo além das tradicionais discussões sobre Chagas e leishmaniose e incluindo também parasitoses menos conhecidas, mas igualmente importantes para a saúde pública.
Além de promover a difusão de conhecimentos sobre doenças negligenciadas, o evento foi uma oportunidade para a Fiocruz Paraná fortalecer colaborações institucionais e compartilhar avanços científicos com a comunidade internacional.