Estudantes superam restrições da pandemia e apresentam projetos de alto nível na Raic 2022 do ICC

por / segunda-feira, 30 Maio 2022 / Categoria Sem categoria

De volta ao formato presencial depois de duas edições virtuais, aconteceu nos últimos dias 26 e 27 a Reunião Anual de Iniciação Científica (Raic 2022), do Instituto Carlos Chagas (ICC-Fiocruz Paraná), em Curitiba. O retorno contou com as apresentações dos projetos de pesquisa científica e de inovação tecnológica de 20 universitários beneficiados no último ano pelos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibic e Pibit) da Fiocruz.

Com muita desenvoltura, os jovens estudantes demonstraram que superaram as restrições impostas pela pandemia no período que tiveram para desenvolver os seus projetos. A qualidade das propostas e das defesas realizadas durante a maratona de exposições e avaliações impressionou dirigentes do Instituto Carlos Chagas (ICC), organizadores da Raic 2022 e bancas examinadoras.

“O que percebo é uma diversidade de trabalhos com potencial de aplicação no sistema de saúde muito interessante”, afirmou o diretor do ICC, Stenio Fragoso, que destacou a atenção dos bolsistas para temas com foco em soluções para a saúde pública. “Vejo que é uma geração de iniciação científica formada por jovens que têm tudo para fazer com que esses trabalhos possam de alguma maneira ser incorporados dentro dos princípios e missão do sistema Fiocruz”, avaliou.

Afastada por motivo de saúde, a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do ICC, Maria das Graças Rojas Soto, fez uma participação virtual na qual incentivou os estudantes a seguirem seus sonhos na trajetória científica. “Coisas intangíveis, como os sonhos, levam às coisas tangíveis, como é o processo desenvolvido na busca pelo conhecimento científico. Cultivem esse “território do infinito”, que são os sonhos, na busca por uma ciência que possa transformar nosso mundo em um lugar melhor”, destacou a vice-diretora, fazendo referência ao escritor moçambicano Mia Couto.

Em sua saudação aos bolsistas, o vice-diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Institucional, Marcio Rodrigues, ressaltou a importância da iniciação científica para a carreira científica. “Ciência é um projeto de longo prazo e começa exatamente neste estágio. A iniciação científica é o ponto mais precioso da própria ciência porque é nela que começam os projetos que vão garantir a sua preservação a longo prazo”, afirmou, apontando o evento como uma oportunidade para os jovens demonstrarem o seu talento para a ciência.

A atual coordenadora do Pibic e Pibit, Fabíola Holetz, também afastada por questão de saúde, acompanhou a transmissão do evento de casa e, além do desempenho dos alunos e da qualidade dos trabalhos, elogiou o incentivo dado pela Fiocruz à iniciação científica. “É um privilégio termos o apoio institucional e os recursos para a pesquisa, algo que cada dia vemos estar mais escassos nas universidades brasileiras”, afirmou. Ela agradeceu a presença dos orientadores dos estudantes, cujo papel foi determinante na adequação dos projetos às limitações da pandemia, adaptando as pesquisas de modo a possibilitar que pudessem ser desenvolvidas mesmo com as restrições no uso de laboratórios e atividades presenciais.

“Destaco a qualidade dos alunos e dos trabalhos porque eles mostraram um domínio bastante grande dos temas, mesmo tendo vivenciado essa iniciação científica numa forma virtual durante a maior parte do tempo. Ficou patente que os alunos abraçaram esse novo formato e estudaram profundamente os seus projetos, mostrando uma maturidade muito grande nas apresentações. Eles realmente sabiam do que estavam falando, mesmo tendo ficado pouquíssimos meses numa bancada de laboratório”, concluiu Daniela Pavoni, que, tendo sido responsável por Raic de anos anteriores, quando era coordenadora do Programa no instituto, assumiu a coordenação desta edição às vésperas do evento, dado o afastamento de Holetz.

Com o tema “Ciência e Saúde: Um Olhar sobre as Doenças Raras”, a pesquisadora Patrícia Shigunov iniciou sua palestra com um breve histórico da medicina e da ciência no Brasil, destacando a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Em seguida, tratou de suas pesquisas em que desenvolve diagnósticos de doenças raras por meio do sequenciamento genético, esclarecendo que 72% das mais de 6 mil doenças raras já identificadas possuem origem genética.

A Raic 2022 marcou o início das comemorações no ICC do Ano do Bicentenário da Independência do Brasil, que a Fiocruz celebra destacando as relações entre ciência, saúde, soberania e democracia.

 


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