Fiocruz Paraná promove seminário aberto à comunidade científica para debater saúde global e determinantes sociais da saúde

por / quinta-feira, 12 agosto 2021 / Categoria Sem categoria

Aberto a toda a comunidade científica e aos colaboradores do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná), um seminário especial do Programa de Pós-graduação em Biociências e Biotecnologia recebeu, no dia 11 de agosto, o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz e ex-presidente da Fundação, Paulo Buss, para falar sobre “Saúde Global e Determinantes Sociais da Saúde”.

Em sua fala inicial, Paulo Buss apresentou a atuação do Centro de Relações Internacionais (CRIS) da Fiocruz e reforçou que o ICC participa das ações. “Além de uma função gerencial, atuamos com o Observatório da Saúde Global e Diplomacia da Saúde, que divulga boletins e já promoveu 14 seminários avançados para debater esses temas”, pontuou. “Temos como principio a determinação social da saúde e a equidade, princípios que são também sustentados pelo Plano Quadrienal da Fiocruz. A saúde não é uma questão meramente biológica, mas precisa ser vista como um bem público, um direto universal”, declarou.

Determinantes Sociais da Saúde

O ex-presidente da Fiocruz fez um panorama geral dos determinantes sociais da saúde, relacionando a saúde com as condições de vida da população, e enfatizou que os determinantes mais importantes são aqueles que geram estratificação social. “No Brasil, dados de 2012 a 2018 mostram que 25% da população vive em situação de pobreza. Além desse dado, preocupa a situação da imobilidade da pobreza – cerca de 99% das pessoas que nascem pobres no país, morrem pobres, o que consolida a transmissão geracional da pobreza”, explicou. “A situação de saúde e as condições de vida são proporcionais ao nível de renda e a posição social. Pessoas em situação de pobreza são mais suscetíveis aos adoecimentos Não é sexo, não é raça, é a condição social”, avaliou.

Outro ponto abordado pelo pesquisador está relacionado às causas e respostas para os desafios globais, destacando as desigualdades sociais e econômicas entre os países. “O poder concentrado dentro do segmento de corporações financeiras, industriais e comerciais globais faz com que sejamos facilmente dominados por essas mega corporações transnacionais, que capturam as políticas nacionais”.

Agenda 2030 – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

O convidado apresentou aos participantes os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Agenda 2030, compromisso assinado por 193 países membros da Organização das Nações Unidas, no ano de 2015. Segundo Paulo Buss, essa agenda deve ser levada a sério para que possamos estar preparados para impedir que ocorra uma nova pandemia, por exemplo. “A contribuição do Brasil para o cumprimento das metas globais da Agenda 2030 está dificultado pela ausência de políticas federais; as ações ficam diluídas nos governos locais. Precisamos agir localmente, mas pensar globalmente”, finalizou.

Saiba mais sobre a Agenda 2030 em www.agenda2030.org.br


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