Paranaguá terá 6 mil armadilhas para combate ao Aedes Aegypti

por / quarta-feira, 15 junho 2016 / Categoria Instituto Carlos Chagas

Parceria com a Fiocruz define estratégias para que a cidade não venha ter nova epidemia do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

 Fonte: Portal da Prefeitura de Paranaguá, 14/06/2016
Imagem: Divulgação/ Prefeitura de Paranaguá

 Paranaguá contará com a instalação de 6 mil armadilhas para combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A estratégia para combater o Aedes Aegypti ocorrerá graças a uma parceria firmada com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cujos técnicos estiveram na cidade nesta terça-feira (14) para discutir detalhes do projeto que será implantado a partir de agosto. A intenção é diminuir a população dos insetos para que nos meses quentes a cidade não venha a sofrer novamente, principalmente com a dengue.

O prefeito Edison Kersten recebeu no dia 14 de junho, o vice-presidente da Fiocruz, Rodrigo Guerino Stabeli, o pesquisador Samuel Goldenberg, responsável pela entidade no Paraná, e também o diretor do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, Sérgio Luiz Bessa Luz. Numa programação intensa, que incluiu reuniões técnicas pela manhã e à tarde, foram definidos detalhes das ações para que a cidade seja beneficiada por mais essa estratégia de combate ao vetor. Participaram também diversos técnicos da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção e da 1.ª Regional de Saúde do Litoral, incluindo a diretora Ilda Nagafuti.

A Fiocruz repassou todo o apoio técnico necessário para confecção da armadilha com Piryproxyfen, que atrai a fêmea do mosquito e acaba contaminando depois alguns criadouros, diminuindo assim a sua proliferação. A armadilha consiste em um balde que tem um pedaço de tecido que é “pintado” com uma mistura do inseticida (na textura de talco) e água. A manutenção é feita uma vez por mês, com colocação de mais Piryproxyfen.

O prefeito Edison Kersten lembrou que essa é uma estratégia importante de combate ao Aedes Aegypti. “Temos informações de que está havendo muita eficácia com a utilização dessas armadilhas. Estamos tomando as providências para comprar o que for necessário para fazer as armadilhas, que têm um custo bastante baixo. O inseticida é repassado pelo Ministério da Saúde ao governo do Estado e como utilizaremos um número maior do que o usual vamos buscar a liberação em Brasília”, adiantou o prefeito.

Num primeiro momento falou-se em instalar as armadilhas em apenas alguns pontos da cidade, mas o prefeito Edison pediu que todas as regiões fossem beneficiadas. Dados envolvendo a doença em Paranaguá foram coletados e serão repassados pela equipe aos técnicos da Fiocruz, também para definir as estratégias futuras. Também está nos planos a orientação das equipes médicas e de enfermagem em relação ao tratamento de pacientes.

Além do projeto em parceria com a Fiocruz outra ação de combate ao Aedes Aegypti é com uma empresa de origem inglesa. Com o “Aedes do Bem”, mosquito geneticamente modificado, cuja fêmea ao copular gera larvas que não chegam à fase adulta, a intenção também é impedir que Paranaguá seja assolada novamente por uma epidemia de dengue.

“Essa armadilha é uma técnica que demonstrou muita eficácia”, garantiu Sérgio Luiz Bessa Luz, pesquisado da Fiocruz. Para Rodrigo Guerino Stabeli, vice-presidente de pesquisa e laboratórios de referência da entidade, as ações serão importantes para a cidade. “É importante realizar essas ações de prevenção neste momento, em que estamos numa situação de calmaria, com redução de infestação e de contaminação”, ressaltou.

A Prefeitura de Paranaguá vai arcar com os custos para confecção das armadilhas, que tem custo baixo. Outras estratégias também serão realizadas em breve pelas equipes de 70 agentes de endemias e 130 comunitários de saúde. A primeira será definir os 6 mil proprietários de imóveis em Paranaguá que concordarão em ter em sua casa uma armadilha. A manutenção, com recolocação de inseticida, será mensal.

Ficou definido ainda, durante a reunião técnica, que em setembro Paranaguá sediará um simpósio para debater essa nova técnica de controle de mosquitos para todos os municípios do Paraná.


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