Fiocruz Paraná valida testes de triagem de doenças negligenciadas nos territórios

por / terça-feira, 26 setembro 2023 / Categoria Instituto Carlos Chagas

O Instituto Carlos Chagas (ICC) – Fiocruz Paraná lidera uma pesquisa de campo visando validar testes de triagem para doenças negligenciadas, desenvolvidos por uma equipe do Laboratório de Ciências e Tecnologias Aplicadas à Saúde (Lactas/ICC), conduzida pelo pesquisador Alexandre Costa. A pesquisa concentra-se na triagem de doenças como malária, tuberculose e hanseníase, possibilitando a detecção precoce de possíveis casos. As atividades de campo estão sendo realizadas em três localidades: Rondônia (desde 2020); Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (desde 2021); e Guaraqueçaba, no litoral do Paraná (desde junho de 2023). Uma quarta frente deve ter início até o fim deste ano em uma unidade do sistema prisional, em Venâncio Aires (RS).

O foco principal da pesquisa é proporcionar acesso a testes de qualidade para populações em áreas de difícil acesso ou com infraestrutura limitada, alcançando populações que não têm acesso aos serviços médicos ou enfrentam demoras e baixa qualidade nos diagnósticos, contribuindo, desta forma, com os serviços de saúde locais. Os testes de triagem propostos no estudo sinalizam indícios da presença da doença, um passo que antecede e colabora com testes de diagnóstico, cuja função é confirmar a enfermidade de maneira definitiva. O estudo se propõe a fornecer uma ferramenta eficaz para o sistema de saúde identificar e tratar casos em estágios iniciais, mitigando a propagação dessas enfermidades.

“Buscamos dar acesso para as populações em áreas de difícil acesso para testes que tenham a mesma qualidade que os testes que temos em cidades com mais estrutura”, afirma Costa. As doenças negligenciadas são intrinsecamente associadas a áreas carentes de recursos básicos, como infraestrutura, saneamento e educação.

A pesquisa já validou os protótipos de teste em laboratórios parceiros. No momento, a validação em ambientes relevantes vem demonstrando a sua viabilidade e eficácia. A equipe pretende avançar para transferência do produto validado para a iniciativa privada, que realizará a padronização do produto em pequena escala e, posteriormente, buscará disponibilizar o produto nos sistemas de saúde.

Fotos: Itamar Crispim


TOP