Projetos da Fiocruz Paraná são finalistas do InovaLabs

Programa identifica oportunidades para o desenvolvimento de soluções que possam resolver lacunas relevantes do sistema público de saúde

Três projetos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) são finalistas do InovaLabs Fiocruz, um programa de pré-aceleração que identifica oportunidades junto aos pesquisadores para o desenvolvimento de soluções que possam resolver lacunas relevantes do sistema público de saúde. O próximo passo é a participação no “Demoday”, evento em que as equipes mais bem pontuadas apresentam a sua solução e a sua estratégia para investidores e potenciais parceiros, marcando o encerramento da rodada de pré-aceleração.

Um dos projetos selecionados foi o Diagnoprot, do Laboratório de Proteômica Estrutural e Computacional.  O projeto apresenta uma disruptiva análise por espectrometria de massas por fazer uso da inteligência artificial para “aprender” a diagnosticar, virtualmente, qualquer doença onde exista alterações proteicas. “O programa InovaLabs representa um divisor de águas em nosso grupo.  Um programa fantástico e necessário”, ressalta o pesquisador Paulo Carvalho que coordenou a equipe formada por Leandro Cesar Monteiro e Marlon Dias Mariano dos Santos.

Outro finalista é a Haspar, também do Laboratório de Proteômica Estrutural e Computacional, que abre novas perspectivas para o tratamento de câncer, em especial da Leucemia Linfóide Aguda (LLA). Tratada desde 1970 com terapia que inclui a enzima asparaginase extraída de bactérias, a doença atinge com mais frequência crianças e jovens.  O projeto desenvolveu uma versão inovadora da asparaginase humana, que passou a ter maior atividade bioquímica após mudanças em sua estrutura, o que confere a ela um potencial terapêutico. “Hoje, o Brasil importa a asparaginase bacteriana que é utilizada nos serviços de oncologia cadastrados pelo SUS. Com a produção nacional dessa molécula humana inovadora, teríamos a possibilidade de melhorar o tratamento, baratear o custo e reduzir a dependência das importações”, explica Tatiana Brasil, líder da equipe formada por Stephanie Morais, Emanuella de Castro, Jhenifer Lima e Aron Rodrigues.

Também selecionado para a final da iniciativa, o projeto da Vesink, com integrantes do Laboratório de Células Tronco, teve como foco o enfrentamento de um grave problema de saúde pública: as feridas crônicas. “Estamos empenhados em utilizar os conhecimentos gerados em nosso laboratório para a criação de um produto altamente eficiente e de baixo custo para o tratamento dessas feridas. Este problema atinge milhões de brasileiros que, em sua maioria, não tem recursos para custear um tratamento avançado. Nesse sentido, nós desenvolvemos um hidrogel indutor de regeneração, capaz de atuar nas células da pele estimulando a vascularização, reduzindo a fibrose, a inflamação e a dor no local da lesão. Tais características aceleram o fechamento da ferida e a qualidade da cicatriz do tecido formado”, expõe Amanda Leitolis, CEO da Vesink, que tem como equipe Alejandro Dominguez, Cintia Delai da Silva Horinouchi, Maria Julia Barison e Marco Stimamiglio..

O InovaLabs é um processo de extrema relevância para a inovação na Fiocruz Paraná. “Os participantes passam por um processo de pré-aceleração de seus projetos e saem com um outro olhar sobre as suas pesquisas, com a percepção sobre como viabilizar a entrega dessas tecnologias/serviços à sociedade, e mais preparados para parcerias com diferentes atores, incluindo empresas”, comemora Sabrine Losekann, do Núcleo de Inovação Tecnológica da Fiocruz Paraná.

O “Demoday” será transmitido no canal do Youtube da Fiocruz dia 27/10 de 9h às 11h.