Projeto CNPq/Gates Foundation – Grand Challenges Brasil

Validação de uma solução tecnológica completa (extração de DNA + qPCR) para auxílio no diagnóstico de Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax em ambientes com pouca infraestrutura

Coordenado pelo pesquisador do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná), Alexandre Dias Tavares Costa, o projeto é uma das propostas inovadoras selecionadas, em 2019, no edital Grand Challenges Brasil, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Gates Foundation. A iniciativa, que teve como tema central “Prevenção, detecção e combate à malária no Brasil”, investiu cerca de R$ 14 milhões para o desenvolvimento de programas que contribuam para a avaliação e desenvolvimento de programas de prevenção, vigilância, controle e eliminação da malária.

Um problema de saúde pública no Brasil e no mundo
Coordenado pelo pesquisador do Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná), Alexandre Dias Tavares Costa, o projeto é Dados de 2015 indicam a presença de malária em 95 países, colocando cerca de metade da população mundial (3.2 bilhões de pessoas) em situação de risco. Nas Américas, cerca de 128 milhões de pessoas vivem em áreas de risco. No mundo, foram 214 milhões de casos e 438 mil mortes.

Coordenação

    • Alexandre Dias Tavares Costa (Fiocruz/ICC) – Lattes

Equipe

    • Dhelio Batista Pereira (CEPEM) – Lattes
    • Angelina Moraes Silva (CEPEM) – Lattes
    • Maria José Souza Saraiva (CEPEM) – Lattes
    • Walterlânia Santos Silva (UnB) – Lattes
    • Fabrício Klerynton Marchini (IBMP) – Lattes
    • Thiago Jacomasso (IBMP) – Lattes
    • Marco Cereda (STMicroelectronics)
    • Margareth Zanchetta (Ryerson University) – Lattes
    • Edwaldo Costa – Lattes

Resultados esperados

Caso os resultados sejam positivos e dentro do esperado, poderemos fornecer um kit para detecção de malária que pode ser usado virtualmente em qualquer local. Dessa forma, os agentes de saúde poderão tratar os doentes sem a necessidade do deslocamento desses pacientes para as cidades.

O principal benefício esperado, no médio prazo, será a diminuição do número de casos de malária numa determinada região em virtude do rápido início do tratamento dos doentes, diminuindo a chance de propagação para mosquitos não-infectados.

Esperamos ainda que o protocolo proposto permita também identificar pacientes assintomáticos, ou seja, pessoas que estão infectadas, mas não exibem sintomas. Estas pessoas funcionam como reservatórios do parasito, pois podem ser picadas e transmitir o parasito para o mosquito, e assim ajudar a perpetuar o ciclo de infecção.

Rampazzo et al (2019)

Instituições participantes

Instituições colaboradoras

Recursos financeiros

Controle da malária no Brasil

Em novembro de 2015, o Brasil lança Plano de Eliminação da Malária, alinhado com os Objetivos do Milênio da Organização Mundial da Saúde. A meta é a redução de pelo menos 90% dos casos até 2030 e da eliminação de malária em pelo menos 35 países.

Estratégia mundial

A estratégia mundial contra a malária 2016-2030, aprovada pela Assembleia Mundial da Saúde em maio de 2015, visa fornecer orientações e apoio aos programas nacionais e regionais no controle e eliminação da malária e estabelece metas ambiciosas, porém realistas, em nível mundial:
• Reduzir a incidência da malária em pelo menos 90% até 2030.
• Reduzir a mortalidade por malária em pelo menos 90% até 2030.
• Eliminar a doença em pelo menos 35 países até 2030.
• Impedir a reaparição nos países em já foi certificada a eliminação.

https://www.ecodebate.com.br/2018/05/31/pesquisa-revela-que-um-quilometro-quadrado-desmatado-na-amazonia-equivale-a-27-
novos-casos-de-malaria/?fbclid=IwAR2Bxi3NKixvG5RPqZ7PdHKvLKa18c5wAdKjQVGL_B19xCmoth5HMQGsiUs

Testes para diagnóstico de doenças de interesse nacional - Laboratorial e point of care

Conheça a linha de pesquisa do ICC que desenvolve novos produtos, novas tecnologias, e novas aplicações para produtos já existentes, visando uso para diagnóstico de doenças de interesse nacional no Sistema Único de Saúde (SUS), tanto em laboratórios com boa infraestrutura quanto em situações com pouco ou nenhum apoio.

Saiba em mais sobre alinha de pesquisa do ICC 

Quer conhecer a PodiTrodi? Acesse 

 

Objetivos do Milênio

Objetivos do Milênio. Item #26 “Estamos empenhados em garantir o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, inclusive para o planeamento familiar, para a informação e para a educação. Iremos igualmente acelerar o ritmo dos progressos realizados na luta contra a malária, HIV/AIDS, tuberculose, hepatite, ebola e outras doenças e epidemias transmissíveis, incluindo a abordagem em relação à crescente resistência antimicrobiana e o problema das doenças negligenciadas que afetam os países em desenvolvimento”.

Visita preparatória

 (19/01/2021)
Em janeiro, escolhemos o distrito de Vista Alegre do Abunã para realizar nossa primeira incursão fora do laboratório. A localidade foi escolhida por exibir transmissão ativa de malária, e por ter uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com equipe volante de agentes de saúde realizando busca ativa nas comunidades da região.

Vista Alegre do Abunã tem aproximadamente 5 mil habitantes (Censo 2010) e fica a 260 km de Porto Velho, às margens da BR-364 e da represa hidrelétrica de Jirau. A população local é composta de descendentes dos pioneiros da época da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré e de extrativistas da borracha e da castanha, assim como novos migrantes que chegaram à região com a construção das hidrelétricas, além de algumas famílias bolivianas. A economia ainda é bastante dependente da coleta de castanha do Pará, do corte da madeira e do comércio informal com a Bolívia.

Para chegar à localidade, foi necessário cruzar o rio Madeira em balsa. Interessante ressaltar que a margem esquerda do rio é território da Bolívia, facilitando o comércio informal já mencionado.

A Unidade Básica de Saúde (UBS) tem uma estrutura considerada boa para a região, e disponibiliza vários serviços para a população. Um deles é o diagnóstico de malária, usando o tradicional método de microscopia ótica de gota espessa.

Nesta visita, pudemos conversar com a equipe local de agentes de saúde que visitam as localidades mais afastadas do distrito, e entender um pouco da dinâmica do diagnóstico de malária nas comunidades afastadas deste pequeno centro urbano, como por exemplo a Vila Marmelo.

A primeira viagem, quando efetivamente começarão as atividades de pesquisa do projeto, está pré-agendada para a segunda metade de março ou início de abril, a depender do desenrolar da pandemia de covid19 em Rondônia.

2a. visita
Início das operações

Na última semana de maio, iniciamos as atividades do projeto na Unidade de Saúde da Família (USF) no distrito de Vista Alegre do Abunã, localizado a 260 km de Porto Velho, levando nossos instrumentos e outros materiais.

Após algumas horas de viagem, desta vez sem travessia balsa graças à uma ponte recém inaugurada, chegamos ao destino.

Nos instalamos em uma das mesas disponibilizadas pela gestão da unidade e iniciamos os primeiros testes. Neste primeiro momento, estamos avaliando o desempenho da plataforma dentro das condições existentes no local, comparando os resultados com os do método padrão (microscopia ótica). A USF possui rede elétrica instável e ar condicionado dependente desta rede, portanto também instável, ressaltando a simplicidade e precariedade da infraestrutura local.

Nas próximas semanas, existe a possibilidade da realização de busca ativa por pacientes assintomáticos ou com dificuldades de locomoção em comunidades locais, como a já citada Vila Marmelo, em colaboração com a equipe de agentes de saúde.

Saída de Porto Velho, levando os equipamentos e materiais (Alexandre Costa em primeiro plano, e Felipe Lima em segundo plano)

Ponte sobre o Rio Madeira, recém inaugurada.

Espaço disponibilizado para o projeto.

Estação de trabalho do projeto.

Pesquisador carregando amostras no chip para realização de um teste.