Pesquisadores paranaenses desenvolvem molécula que pode revolucionar a cura da Leucemia
Os pesquisadores paranaenses do Instituto Carlos Chagas da Fundação Oswaldo Cruz, em Curitiba, desenvolveram uma molécula que pode reinventar o tratamento contra a Leucemia e alguns outros tipos de câncer.
Stephanie Bath de Morais, Nilson Zanchin e Tatiana Brasil modificaram em laboratório a enzima chamada de “asparaginase humana”. Tatiana explicou que a enzima é usada há quase 50 anos em medicamentos que atuam no tratamento da Leucemia Linfóide Aguda, que atinge principalmente crianças e adolescentes. A asparaginase é capaz de controlar a asparagina, que é um aminoácido presente no corpo humano, que contribui para o desenvolvimento de células cancerígenas.
De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente no Brasil cerca de quatro mil pacientes utilizam a asparaginase bacteriana no tratamento da Leucemia. Ela é importada pelo Sistema Único de Saúde de países como Alemanha e Estados Unidos. A asparaginase é administrada em conjunto com diferentes coquetéis por meio de injeções. A possibilidade de cura com o tratamento é de 90%. Tatiana conta que o problema é que para alguns pacientes ela causa diversos efeitos colaterais severos.
Segundo a pesquisadora, a descoberta da asparaginase humana modificada é só o primeiro passo. Ainda há um caminho longo a ser percorrido até que ela seja usada efetivamente em medicamentos.
Tatiana estima que, se tudo correr bem, a descoberta chegue até os pacientes como medicamento em cerca de dez anos. Mas já se sente realizada em pensar que pode ajudar na luta de tantas pessoas que sofrem com o câncer.
A última etapa da pesquisa é o teste em camundongos. Só após isso, é que a substância pode ser levada para a indústria farmacêutica pelo governo.
Repórter Francielly Azevedo